"Ontem eu escutei uma história super legal. Ri, ri
alto, gargalhei. Mas no meio da história lembrei de como estava a vida. A vida
estava sem você. E todo riso agora parece ser pela metade. Toda festa parece
ser incompleta. E senti uma vontade enorme de contar a história pra você. E sei
que você ia rir um pouco. E eu ia lembrar de você, da gente, ia chegar perto da
sua nuca e nem sei mais. Porque por mais incrível que pareça, ninguém tem uma
nuca como a sua. Sua nuca me traz um ingresso para os meus sonhos. Para os meus
sonhos insanos, mais loucos. E aí lembro que estou com tanta saudade, que nem
sei. Mas amanhã eu vou encontrar com você. E vou te ligar e falar: “olha
escutei uma história e queria contar pra você”. Sei que você vai resmungar
alguma coisa. Dizer que talvez não pode me ver, ou que está com alguém. E
quando eu chorar, vai ser o choro mais triste do mundo. Mas pelo menos eu vou
saber. Vou saber que a história estava errada, que não existe porra de príncipe
porra nenhuma, e vou ver você indo embora. E vai doer muito. Mas quem disse que
eu não posso suportar? Eu vou suportar, vou suportar até não caber mais choro
em mim, e um dia eu vou te encontrar e sei que nenhuma terminação do meu corpo
vai sentir a sua presença. Pela primeira vez não vou arrumar meu cabelo, nem me
olhar no espelho simplesmente porque você está lá. Não vou odiar não ter
malhado, ou estar com uma roupa mais ou menos. Vou simplesmente te
cumprimentar. “olá homem mais comum do planeta”."
(Tati Bernardi)
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